O Ministério Público (MP) instaurou um inquérito civil para investigar possíveis irregularidades nos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos oferecidos pela Associação Comunidade em Ação Êxodo (Acaê), uma entidade social que mantém convênio com a Prefeitura de Bauru. A decisão foi motivada por análises técnicas, visitas de fiscalização e denúncias que apontam problemas na execução dos serviços, possíveis desvios de recursos e falta de transparência. O MP também investiga falhas no monitoramento por parte da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), que tem a responsabilidade de supervisionar diretamente as atividades.
A Secretaria de Assistência Social informou que foi aberto um expediente junto à Controladoria-Geral do Município para "a apuração rigorosa dos fatos". Em nota, a Acaê declarou que "não comentará publicamente aspectos específicos enquanto o procedimento estiver em andamento no MP, em respeito ao devido processo legal". No entanto, a entidade mencionou no texto que os repasses per capita destinados aos serviços socioassistenciais "apresentam defasagem histórica, o que afeta a capacidade estrutural de todas as organizações da sociedade civil que atuam na área".
O texto da nota complementa: "Ainda assim, a entidade vem mantendo suas atividades com regularidade, complementando suas ações por meio de parcerias, doações e iniciativas próprias, sempre comunicando formalmente ao órgão gestor eventuais necessidades ou limitações identificadas ao longo da execução dos serviços".